quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Culpado! Eu??



“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor.” (Gál. 5:13)

Estive a poucos dias entrevistando presos em uma penitenciária, um projeto da Comunidade Carcerária, uma equipe sem fins lucrativos que tenta transformar a prisão em um lugar de correção ao invés de um ambiente de treinamento para o mal e castigo, “depois falo disso”.
Nessa entrevista onde eram feitas diversas perguntas a cerca de sua vida fora e dentro da prisão, nos deparamos com uma que sempre causava apertos em seus corações;
-O que levou a cometer esse crime?
Cerca de 5% assumiu de forma aberta ser culpado, todos tinham um “bom motivo,” sempre existe um culpado para cada ação negativa, seja a sociedade, seja a família, os políticos, destino, e até uns dizem ser Deus que quis...
Revendo o texto de Paulo na sua carta aos Gálatas, entendemos exatamente o que ele queria dizer na época e ainda esta gritando em nossos ouvidos hoje;
Que sentimento puramente pessoal nos priva de ver que não estamos sós?
Que sentimento intimo não nos deixa enxergar que somos coletivos, para nascer, viver e até morrer?
O que priva nossos sentidos de ver que a dor do outro é tão intensa e sofrida quanto a minha e que mesmo o assassino tem seus motivos, não justificáveis, mas o que justifica condená-lo por não ser nada meu, não possuir meu sangue já que não é filho, amigo etc...
O que me entristecia a cada palavra de muitos deles, sempre foi o abandono, antes durante e agora se sair, depois...
A nossa sede tem que ser por justiça, a vingança tem uma venda, mas infelizmente ela fora colocada na justiça, na nossa justiça, onde um punhado de moedas crucifixa ou liberta.
Vejam esse texto que extrai da Escola Sabatina dessa semana:
“Assim, nossa liberdade em Cristo não é meramente uma libertação da escravidão do mundo, mas um chamado para um novo tipo de serviço, a responsabilidade de servir aos outros por amor. É “a oportunidade de amar o próximo sem obstáculos, a possibilidade de criar comunidades humanas com base na mútua doação e não na busca de poder e status” (Sam K. Williams, Galatians, Nashville, Tennessee: Abingdon Press, 1997, p. 145).”

“Devido à nossa familiaridade com o cristianismo e o estilo da linguagem das traduções modernas de Gálatas 5:13, é fácil ignorar o poder surpreendente que essas palavras devem ter transmitido aos gálatas. Em primeiro lugar, na língua grega, essas palavras indicam que o amor que motiva esse tipo de serviço não é o amor humano comum – isso seria impossível; o amor humano é muito condicional. Em segundo lugar, o uso que Paulo fez do artigo “o” (NVI) antes da palavra amor em grego, indica que ele estava se referindo ao amor divino, que recebemos unicamente através do Espírito (Rm 5:5). A verdadeira surpresa está no fato de que a palavra traduzida por “servir” é a palavra grega para “ser escravizado”. Nossa liberdade não é para a autonomia própria, mas para a escravidão mútua de uns para com os outros, baseada no amor de Deus.”
Não sei o que você entende por amor, mas leia e releia I Coríntios 13, veja se o que chamamos de amor é realmente o amor que Deus nos cobra, daí que seja esse amor que deveremos cobrar de nós mesmos.

Que a paz do senhor esteja conosco sempre.
Edilandio Angelim

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