Durante muito tempo associei oração a um ato religioso, nunca me falaram que havia uma divisão importante, que era uma junção de dois atos que podem fazer diferença em um mundo totalmente desordenado, e que essas palavras separadas têm conotações adversas, que orar, é o ato de fala e que pode ser pura e simplesmente palavras ou algo que redireciona, orienta, conforta, motiva, esclarece, mas que também pode destruir, inibir, revoltar, ignorar, agredir, expor, destronar.
O interessante dessa história, é entendermos que orar exige pensar, e pensar conhecimento, sabedoria e discernimento. Que ao orar, você assinala uma grande lacuna, gera expectativas, coloca uma solução, denota respeito e cria uma imagem, vem agora à ação, que é a tradução exata daquilo que você fala, ou ora, “como queira”. A ação tem que ser tão exata quanto às palavras, ele é o carimbo autenticador, o registro que confirma quem é você.
Só existe oração quando suas ações estão completamente de acordo com sua oratória, e isso não está ligado exclusivamente a religiosidade, orar aos homens tem um nível de importância relativa às ações que as segue, e que a oratória se torna inócua quando as ações são neutras ou contrárias.
Se orar aos homens tem uma conotação tão especial, imagine para Deus! Fazer-se senhor de suas palavras vai ser um desafio, uma batalha que na maioria das vezes é silenciosa. Os sábios que o digam; sempre quem fala menos age mais; cão que ladra não morde; duas orelhas e uma boca como representação de quantidade e qualidade.
Descobrindo que a oração não é mais um simples ato que duram alguns minutinhos e que não vem apenas de nossas necessidades, mas das necessidades dos outros, precisa-se criar um vinculo harmonioso, entre o que se pensa, fala e agi.
