segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Uma vez flamengo sempre... o que mesmo?


Sou torcedor do flamengo, desde muito tempo, influência de um tio, na realidade era muito conveniente, ele ficava todo feliz me vendo torcer, mas o que eu gostava mesmo era o tira-gosto das bebedeiras comemorativas. Depois percebi que torcer teria um tempo bem determinado, ou seja, só durante o jogo, mesmo assim sem grande euforia, afinal essa paixão nacional tem intenções ilícitas que me tira o encanto.

Hoje de madrugada, enquanto me preparava para viajar, ouvia as bombas e grupos eufóricos que viraram a noite, comemorando a vitória dos outros. Na realidade, fico estupefato ao ver como a reação ao coletivo é forte e inebriante, sem uso da razão e por muito até estúpida; levando um amontoado de gente a trocar socos e pontapés por uma causa idiota e sem razão de ser.

A pergunta é: o que muda em nossas vidas uma taça a mais prateleiras dos clubes? Não sou contra a alegria, a euforia, sou contra a enganação, o tapa olho, os exageros que tiram o foco da realidade e nos leva para o consumo de drogas imperceptíveis, utilizadas em grande escala para dopar o povo, disfarçar a realidade; imitando os circos romanos, com uma diferença, lá se falava em pão e circo, aqui só circo, e adivinha quem são os palhaços.

Tem tanta coisa boa para ser uma paixão nacional, e termos razões para sair no braço, defendendo o que nos é de direito.

Perdoem-me os aficionados, mas a vitória na realidade é deles, mais grana, mais sucesso, mas nós aqui, nada, só o gostinho da ressaca que perdura por dias, sem falar de algumas contas a serem pagas, e os prejuízos morais pelos excessos cometidos nos júbilos dissimulados.

Ontem observava a passeata, que era quilométrica, gritos, bombas, estrondos de motores, muita bebida... Parecia-me mais uma procissão, que se segui sem para onde, nesse momento é o acaso quem lidera, fazendo da vida um jogo, onde os que ganham estão além, pois do lado de cá, somos hienas brigando pelos restos, e com a pretensão de ser feliz por um instante.

Só por um instante...

Edilandio Angelim

domingo, 6 de dezembro de 2009

Fernandiando


“Não é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada”.

Fernando Pessoa